terça-feira, 15 de junho de 2010

DIAS CHUVOSOS

Dias chuvosos me transtornam. Foi graças a eles que me dediquei à escrita. Porque, para mim, dias chuvosos são sombrios e sanguinolentos. Duas coisas que me fascinam, por paradoxal que sejam numa pessoa que é tão vil para enfrentar a violência, seja qual for a forma em que se apresente. Daí vem meu interesse por literatura policial, do tipo que arrepia os pelinhos do braço ou faz tergiversações sobre o bem e o mal, especialidade das damas inglesas, como sabeis. As causas? Um serial killer enrustido, algum trauma de infância, um desígnio divino, Who knows? Who cares? O que importa é o que fica, o que resulta nisto que escreve e tenta se entender enquanto dialoga com vocês, nem que seja no silêncio de um teclado ou nos pingos de chuva sobre o telhado, matutando sobre o que fazer com seu mentor, que também visualiza sob sombras, talvez os melhores conselhos partam daí, da presunção do sombrio no cenário. Haverá melhor maneira de ensinar do que traindo? Deixar que o medo se instale é permitir a construção das defesas que calçarão o caminho. E, em algum momento, o salto no escuro, o passo rumo ao desconhecido, o abraço do sábio. Quem será ele? Quem?