sábado, 26 de fevereiro de 2011

O TIO QUE NINGUEM ENTENDE

Estou vendo tudo que posso depois de quase dois meses na praia,
onde os cinemas pertencem ao passado, assim como as livrarias.
Ontem foi dia do TIO BOONMEE, um tailandês premiado em Cannes ou Berlim,
merecedor de 5 estrelas pra turma da ZH e de todas as láureas por onde tem sido exibido
e que me levou à seguinte conclusão: globalização uma ova!
Fora do estreito trilho do consumo, que tudo e todos padroniza,
o resto é enigma e assombro.
O mundo oriental me provoca estranheza, seja por conteúdo, seja por forma.
Quer dizer, além de não entender, não dá pra ter pressa.
A única coisa que me parece certa nisso tudo é que sem contemplação não tem solução.
A uma certa altura do filme, o ronco da poltrona ao lado quase me acordou, dá pra acreditar?
Pois é. Não houve remorso, não houve arrependimento, mas também não houve entendimento. 
Portanto, se quiser provar, avance.

Agora, se quiser ir pelo certo sem laivos de duvidoso, assista O Discurso do Rei.
História com início, meio e fim, sem metalinguagem, com excelentes atores,
bem contada e solucionada. Não instiga mas não incomoda. Distrai. Legal.
Um pouco mais do que isso, na verdade, estou me fazendo de bacana, 
de quem se impressiona com filmes de arte e olha com desdém o block,
quando no fundo é comercial de margarina que faz a lagriminha cair bonito, bonito.
Mas chega, o filme é bom. Ponto.