PUTZ!
Isso aqui é PUTZGRILA, rádio de rock, às vezes tenho que me puxar pra lembrar,
não porque o rock esteja longe de mim, o rock parece é estar longe do mundo,
com tanto sertanejo e pagode e sei lá o que se toca nessas rádios que eu não
ouço mais. Mas hoje é sexta-feira, 9 de novembro, dia de SLASH em Porto Alegre,
então fica difícil encontrar uma parceria que combine com o cara. Que poeta
pinta e borda na palavra como Slash na guitarra? Torquato Neto?
O Poeta é a mãe das armas
& das Artes em geral —
alô, poetas: poesia
no país do carnaval;
Alô, malucos: poesia
não tem nada a ver com os versos
dessa estação muito fria.
O Poeta é a mãe das Artes
& das armas em geral:
quem não inventa as maneiras
do corte no carnaval
(alô, malucos), é traidor
da poesia: não vale nada, lodal.
& das Artes em geral —
alô, poetas: poesia
no país do carnaval;
Alô, malucos: poesia
não tem nada a ver com os versos
dessa estação muito fria.
O Poeta é a mãe das Artes
& das armas em geral:
quem não inventa as maneiras
do corte no carnaval
(alô, malucos), é traidor
da poesia: não vale nada, lodal.
A poesia é o pai da ar-
timanha de sempre: quent
ura no forno quente
do lado de cá, no lar
das coisas malditíssimas;
alô poetas: poesia!
poesia poesia poesia poesia!
O poeta não se cuida ao ponto
de não se cuidar: quem for cortar meu cabelo
já sabe: não está cortando nada
além da MINHA bandeira ////////// =
sem aura nem baúra, sem nada mais pra contar.
Isso: ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. a
r: em primeiríssimo, o lugar.
poetemos pois
timanha de sempre: quent
ura no forno quente
do lado de cá, no lar
das coisas malditíssimas;
alô poetas: poesia!
poesia poesia poesia poesia!
O poeta não se cuida ao ponto
de não se cuidar: quem for cortar meu cabelo
já sabe: não está cortando nada
além da MINHA bandeira ////////// =
sem aura nem baúra, sem nada mais pra contar.
Isso: ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. a
r: em primeiríssimo, o lugar.
poetemos pois
Os bons são poucos, mas estão por aí, como a
poesia, que mesmo quando rala está aí pra quem quiser ver e pra quem não quiser
ver também, porque não temos culpa de sermos tão terrivelmente humanos que
nenhuma beleza nos escapa mesmo quando o ar fede lá fora, e o corpo grita de
saudade e fome, humanos, demasiadamente humanos, falaciosamente humanos, a
poesia é sempre a soma de todas as coisas, então shut up e toca a ouvir o que
os grandes dizem. Assim, ó:
Onde queres o ato, eu sou
o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói
Isso, pra mim, é definição de ser poeta, não
o que escreve nem o que sente, o que vive e esse, meu amigo, é todinho teu. Basta
querer. Ou quereres. Caetano sabe.
Então hoje é sexta-feira, dia de Slash, mas
amanhã tem mais, tem sacanagem, da boa, dita e feita por Reinaldo Moraes, que
vai estar, ao vivo, na rádio Elétrica, lendo um trecho da sua PORNOPOPÉIA, que
fica até chato de eu explicar o que é porque um título desses é
autoexplicativo, só sei que comecei a ler as 474 páginas nesta semana e ainda
não enjoei de tanta porra-pó-punheta, porque o Reinaldo escreve bem, porque é
divertido e porque, sei lá, alguma coisa há de surgir no fim do túnel, I
suppose. Resumindo: a Kátia Suman chamou uma galera enorme de gente da terrinha
(exceção do autor, que não é daqui mas vai agir como se fosse) pra ler a obra
inteirinha, das 10h de sábado às 10h de domingo, e seja o que Baco quiser. To
nessa também, espero que vocês gostem.
Agora chega, sexta-feira não é só pra
deleitar falação não, é pros chopes, namoros, risos, música, alegria, poxa! À
farra, ouvintes!, À farra!
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