Verão
é rua, definitivamente. Só mesmo o calor pra botar feira no lugar de cinema,
livro no lugar de teclado. Mais aquelas bolachas todas se amontoando enquanto
seu chope não vem. Normal, algo tem que compensar a canícula que sói ser
inclemente por aqui e em Moscou (aquecimento global é chapéu que cabe em todos,
sorry). Fiquemos nas delícias, porém, para não antecipar notícias que podem, ou
não, ser fatais ao planeta segundo os incas ou maias, não sei qual deles tinha
o calendário mais certinho, só sei que com eles a coisa não funcionou, tanto
que estão extintos há um tempão enquanto nós seguimos aqui, não muito belos nem
muito faceiros, porém ajudando a extinguir quem mais precise de uma mãozinha
nesse sentido, êba!
Coisas
boas então: Marcelino Freire ensinando o povo a soltar a língua numa oficina
pra lá de boa na CCMQ, dois dias de conversa com o sujeito e se aprende a lidar
com a palavra como gente grande, esse pernambucano é arretado demais! Outra
pernambucana linda e talentosa aportou por aqui e dá os ares de sua poesia de
um jeito que deixa todo mundo enamorado: Luna Vitrolina, que deu baile na
Palavraria em noite de contos de Noll e Ivo Bender (coisa mais boa, gente!) e
outro tanto na CCMQ ao meio-dia, pro povo do almoço se nutrir de outras coisas
além de churrasco e sagu. Não bastasse isso, outros tantos a encontrar na Feira
do Livro, debatendo, autografando, passeando, essas coisas que escritor se mete
a fazer quando tá de bobeira. Bom pra atualizar a agenda que nem te conto. Até
o pôr do sol mais lindo do mundo peguei de lambuja. Na seqüência de tanto povo e literatura, nada
como uma boa frescura, então toca pro shopping ver se o 007 continua com aquele
corpinho que abalou Paris, promessa cumprida, thanks god!, o cara se puxa,
salta, atira, esconde, bate, fode, bebe e corre que dá gosto; podia ter mais
sexo e martini, mas parece que não é mais politicamente correto o Bond, James
Bond, comer todas e sair matando, então fazer o que, a gente tem que obedecer
os tempos modernos, não tem? O mulherio que aprecia homem pelado, porém, não
precisa lamentar, que nas telas da cidade ainda tem outra chance: Magic Mike,
com o Matthew McConaughey e o
Channing Tatum interpretando strippers, sabe o que é isso? E depois dizem que o
Papai Noel não existe!
Bom, mas pra não parecer que sou uma tarada full
time, vou chegar ao X do cinema nacional: Gonzaga – de pai pra filho. Belíssimo
filme! A história do difícil relacionamento entre Gonzaga pai e Gonzaga filho é
muito bem contada por um elenco excelente, com destaque pro Julio Andrade, que
assombra no papel de Gonzaguinha, parece encarnação, cruzes! O filme me prendeu
e emocionou do princípio ao fim, ainda mais com as músicas de ambos perpassando
tudo, um prazer enorme voltar a ouvi-los, arrepiei todinha. A turma dos cinéfilos
talvez não aprecie muito porque a história tem princípio-meio-fim, é totalmente
compreensível e, pior, emociona mesmo, além de não apresentar cortes
fotográficos inusitados, mas o Breno Silveira está desenvolvendo uma
cinematografia de qualidade e fora daquele binômio cidade-favela-bandidagem que
já me encheu o saco. Recomendo
vivamente. Coisa boa é pra já.
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