sábado, 3 de maio de 2008

HORA DO VAVAU

Que não reste dúvida: minha vocação pra Brigitte beira o zero. Ao contrário da Bardot, miados e latidos não suscitam em mim os aiaiai-uiuiui que se ouve amiúde nos parques e adjacências quando uma lulu passa carregando outra.

Sou do tipo que sintoniza no Animal Planet pra pegar no sono, não para me enternecer com os folguedos de leõezinhos nas savanas africanas, acho que isso já diz tudo.

O problema é que não me acham legalzinha se não me amarro em bichinho.

Em termos de julgamento moral, conta mais gostar de quatro patas do que de duas, sinal do quanto nos depreciamos enquanto tribo.

A verdade é que não desgosto dos bichanos, apenas os considero pelo que são – animais. Desconfio de quem declara amor aos ditos mas não abre mão de cobri-los de boina e vestidinho, apelido de madame, porta fechada e colo – o bicho estimado aí é o ego do dono, não o vavau que lhe lambe as pernas.